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Miosites

Infiltrado inflamatório na biópsia muscular

Heliótropo

     As miosites (ou miopatias inflamatórias) são lesões das fibras musculares, e geralmente se manifestam com mialgia (dor muscular) e fraqueza muscular, com dificuldades para pentear os cabelos, subir escadas ou levantar-se da cadeira. Podem ter origem auto-imune, como a Polimiosite, a Dermatomiosite e a Miosite por Corpúsculos de Inclusão, tóxica/medicamentosa (estatinas), infecciosa (geralmente viral ou bacteriana) ou traumática (inclusive por esforços físicos extenuantes). Devem ser diferenciadas das distrofias musculares, que são geralmente patologias que envolvem defeitos genéticos-estruturais dos músculos, nervos e da placa mio-neural. Nas miosites é comum a lesão da fibra muscular, com liberação de seus componentes (como as ezimas CPK, aldolase e LDH) na corrente sanguínea, o que posibilita a suspeita diagnóstica. O diagnóstico etiológico de certeza envolve sempre a realização de exames laboratoriais, eletroneuromiografia e biópsia muscular. Pode ser necessária a avaliação do esôfago e dos pulmões, que podem ser acometidos, nas miopatias auto-imunes, e os rins, que podem ser prejudicados pelo excesso de proteínas musculares circulantes devido à rabdomiólise, podendo levar à insuficiência renal nos casos mais graves. Deve-se sempre excluir neoplasias nos pacientes com diagnóstico de miosite, uma vez que a associação é estatisticamente significativa.

     O tratamento baseia-se na eliminação da causa de dano ao músculo, podendo requerer imunossupressores, antibióticos, suspensão de medicamentos e suplementação alimentar. A reabilitação muscular pressupõe fisioterapia e exercícios físicos supervisionados. Deve-se estratificar o risco de broncoaspiração nos casos graves e proceder à sondagem nasogástrica ou nasoentérica precocemente, bem como à intubação orotraqueal, conforme a indicação clínica, até que o processo miopático seja controlado.

Gottron

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